Enrique Martín Criado, Carlos Alonso Carmona
Los trabajos grupales se han generalizado en la educación superior. Aunque numerosa literatura alaba sus virtudes, hay poca investigación empírica sobre su aplicación en la enseñanza cotidiana en la universidad. Este artículo intenta suplir esta carencia mediante una investigación cualitativa sobre las prácticas de trabajo grupal del estudiantado en las titulaciones de ciencias sociales de una universidad española. La metodología consistió en 52 entrevistas semiestructuradas, 15 grupos triangulares y 5 grupos de discusión. Los resultados muestran que el alumnado de primer curso intenta seguir las directrices docentes en la realización de trabajos grupales. Este modo de proceder dura poco: pronto estallan conflictos en torno a los horarios de reunión y a la cantidad de esfuerzo a invertir. Para solucionarlos, el estudiantado se organiza en grupos de trabajo estables, con objetivos de nota similares y mediados por relaciones de amistad. Gradualmente, la discusión colectiva da paso a una división de los trabajos en tareas individuales buscando el máximo ahorro de esfuerzo. Nuestros resultados cuestionan que los trabajos grupales supongan grandes mejoras en el aprendizaje. Las políticas universitarias deberían buscar alternativas pedagógicas compatibles con las estrategias credencialistas del estudiantado.
Group work has become widespread in higher education. Although much literature praises its virtues, there is little empirical research on its application in everyday university teaching. This article attempts to fill this gap by means of a qualitative research on the group work practices of students in social sciences degrees at a Spanish university. The methodology consisted of 52 semi-structured interviews, 15 triangular groups and 5 discussion groups. The results show that first-year students try to follow the teaching guidelines when carrying out group work. This approach is short-lived: conflicts soon break out over meeting times and the amount of effort to be invested. To solve them, the students organize themselves into stable working groups, with similar grade objectives and mediated by friendships. Gradually, the collective discussion gives way to a division of work into individual tasks in order to save maximum effort. Our results question whether group work leads to great improvements in learning. University policies should seek pedagogical alternatives compatible with students’ credentialist strategies.
O trabalho de grupo tem-se generalizado no ensino superior. Embora muita literatura elogie as suas virtudes, há pouca investigação empírica sobre a sua aplicação no quotidiano do ensino universitário. Este artigo tenta colmatar esta lacuna através de uma investigação qualitativa sobre as práticas de trabalho de grupo dos estudantes das licenciaturas em ciências sociais de uma universidade espanhola. A metodologia consistiu em 52 entrevistas semi-estruturadas, 15 grupos triangulares e 5 grupos de discussão. Os resultados mostram que os estudantes do primeiro ano tentam seguir as diretrizes pedagógicas quando realizam trabalhos de grupo. Esta abordagem é de curta duração: rapidamente surgem conflitos sobre os horários das reuniões e a quantidade de esforço a investir. Para os resolver, os alunos organizam-se em grupos de trabalho estáveis, com objectivos de nota semelhantes e mediados por amizades. Gradualmente, a discussão colectiva dá lugar a uma divisão do trabalho em tarefas individuais, a fim de maximizar a economia de esforço. Os nossos resultados questionam se o trabalho em grupo conduz a grandes melhorias na aprendizagem. As políticas universitárias devem procurar alternativas pedagógicas compatíveis com as estratégias credencialistas dos estudantes.