Rosana de Fátima Janes Constâncio, Marianne Rossi Stumpf
No Brasil, após a publicação da Lei nº 10.436/02, as pesquisas relacionadas à Língua Brasileira de Sinais (Libras) conquistaram prestígio e proeminência principalmente nas áreas da gramática, da acessibilidade linguística e do ensino. Embora as conquistas sejam muito significativas, ainda há muito a ser investigado, principalmente quanto aos fenômenos linguísticos na perspectiva da Semântica Lexical. Assim, este artigo, fruto das investigações realizadas no pós-doutoramento, busca responder às seguintes perguntas: (a) é possível uma correlação entre os sinais polissêmicos e a iconicidade na Libras?; (b) será que os mesmos itens lexicais investigados na Libras apresentam a mesma formação e execução na Língua de Sinais Alemã (DGS)?; (c) pelo viés da Semântica Lexical, pode-se compreender a relação semântica dos sinais?; (d) de que forma os sinais polissêmicos se manifestam na Libras e na DGS? Com base nos questionamentos, o obetivo deste artigo foi analisar comparativamente o fenômeno da polissemia em sinais da Libras e da DGS. Metodologicamente, realizou-se uma pesquisa básica, de cunho qualitativo, ancorada no viés da Semântica Lexical. Os dados que compuseram o corpus foram obtidos de bancos de sinais online que disponibilizam a sinalização dos itens lexicais em vídeo. Como resultados, verificou-se que os sinais polissêmicos são aqueles com significados semanticamente relacionados, são construídos mentalmente e expressos da mesma forma, com semelhança em sua execução e formação. Concluímos que a pesquisa apresenta relevância, possibilitando uma maior compreensão sobre os fenômenos linguísticos nas línguas de sinais e servindo como referência para outras pesquisas.