Este artigo investiga o processo de financeirização das políticas sociais no Brasil, com foco nas suas origens, características e implicações para a justiça social. A financeirização é compreendida como a crescente influência de mercados financeiros e lógicas de mercado sobre políticas sociais, que, reduzem a prioridade no atendimento dos interesses públicos, passam a priorizar a rentabilidade econômica. O problema central abordado é como esse fenômeno afeta a concepção e execução de políticas como o Programa Bolsa Família (PBF), transformando-as em instrumentos subordinados às dinâmicas financeiras. Tal processo ameaça os objetivos originais das políticas públicas de redução das desigualdades e promoção do bem-estar. O estudo teve como base uma revisão bibliográfica abrangente, incorporando autores renomados como Lavinas, Fine e Palley, que analisam o impacto do neoliberalismo e da financeirização no contexto das políticas públicas. A pesquisa revela que, no Brasil, a financeirização alterou a estrutura do sistema de proteção social, promovendo a monetarização e privatização de benefícios, além de inserir práticas financeiras na gestão pública. Os resultados indicam que, embora políticas como o PBF tenham impacto positivo imediato na redução da pobreza, sua subordinação às lógicas do mercado financeiro limita sua eficácia a longo prazo e intensifica desigualdades estruturais. Conclui-se que é necessário repensar a relação entre políticas sociais e financeirização, de modo a preservar a equidade e a justiça social.