Introdução: A dengue é um importante problema de saúde pública mundial, cuja incidência cresceu cerca de 30 vezes nos últimos 5 anos. Nesse contexto, as crianças configuram um grupo com risco maior para a forma grave da doença. Objetivo: Analisar as repercussões neurológicas do vírus da dengue em pacientes pediátricos em comparação com as repercussões cardíacas. Método: Trata-se de uma revisão de literatura, a partir da base de dados PubMed, utilizando os descritores “Dengue” e “Children” e “Cardiovascular Diseases” e “Neurologic Manifestations”, nos idiomas inglês e português, datados de 2018 a 2023. Discussão: A dengue é uma infecção auto-limitada, de tratamento sintomático e evolução majoritariamente sem complicações. Entretanto, quando há a evolução da doença para sua forma grave, ocorre o comprometimento dos sistemas cardiovascular, gastrointestinal, renal, respiratório, neurológico e hematopoiético. Aproximadamente 12,5% dos pacientes graves evoluem com complicações cardiovasculares. Ademais, há o acometimento do sistema nervoso central (SNC) e dentre os pacientes com manifestações neurológicas, 84% são crianças 4 anos. Conclusão: Apesar da incidência das complicações cardíacas ser maior que a incidência de complicações neurológicas, ambas possuem importância clínica significativa dentro da pediatria. Ademais, há a necessidade de mais estudos quanto às manifestações neurológicas.