A crescente preponderância do populismo na política levanta questões sobre a sua definição e sobre a sua utilização. Com base na análise qualitativa e quantitativa de textos, este artigo aborda a forma como se retrata o populismo na imprensa portuguesa, as suas associações e discrepâncias com o discurso académico. Ao longo de um período de dez anos (2012-2021), analisam-se dois meios de comunica-ção social para avaliar a presença do populismo na imprensa antes da entrada de Chega no parlamento. O populismo é frequentemente associado a figuras internacionais, em artigos de opinião, sob um tom negativo, e tipicamente associado a um posicionamento ideológico. A nebulosidade e a imprecisão conceptual do populismo extravasam os corredores da acade-mia, embora os meios de comunicação social estejam significativamente alinhados com as definições académicas.
Populism’s increasing prominence in politics raises questions about its definition and usage. Drawing on qualitative and quantitative text analysis, this article addresses how populism is portrayed in the Portuguese press, its associations, and discrepancies with academic discourse. Over a ten-year period (2012-2021), this study examines two media outlets to assess populism’s presence in the press before Chega’s parliamentary entry. Populism is often tied to international figures, in opinion pieces, under a negative tone, and typically associated with ideological positioning. The haziness and conceptual imprecision of populism extend beyond academia halls, although the media is significantly aligned with scholarly definitions.